a morte de um servidor da ditadura

Marcelo Guimarães Lima 

Na foto, dois importantes servidores e, cada um a seu modo, beneficiários da Ditadura Militar de 1964.
O sr. Delfim Netto, poderoso ministro da ditadura, assinante do AI-5, e o delegado Sérgio Fleury, comandante da repressão, muitas vezes acusado de tortura e assassinato de militantes políticos durante a ditadura.

O sr. Delfim Netto militou pela e com a ditadura. O delegado Fleury colocou à disposição da ditadura, segundo corajosas fontes de jornalismo independente da época,  sua vasta experiência com os comandos para-militares  que executavam sumariamente, sem quaisquer considerações legais, indivíduos suspeitos, e mesmo muitos insuspeitos,  nas periferias de São Paulo. 

O sr. Delfim Netto determinava na autocracia civil-militar os rumos da economia quer dizer, quem ganhava e quem perdia no cotidiano da produção de riqueza no país. O delegado Fleury determinava quem morria nos porões da repressão da ditadura. Eram, ambos, homens de poder.

O delegado Fleury se foi faz algum tempo, morreu em um acidente algo inusitado que muitos suspeitaram ter sido, em realidade, o que se chamou na época de "apagamento de arquivo", o delegado era um homem que sabia demais e, diziam, um homem arrojado e de grande apetite material.

Tanto o delegado Fleury quanto o economista Delfim morreram formalmente impunes.  O primeiro chegou a virar nome de rua em São Paulo, para vergonha da cidade e seus moradores. 
O segundo, aparentemente, está sendo "canonizado" por uma parte da imprensa,  por profissionais da opinião dita pública e por profissionais das instituições da chamada democracia brasileira. Pelo que podemos concluir que nossa "democracia", tal qual se mostra na atualidade, não tem mesmo defensores que não transigem com os valores essenciais da soberania popular e nacional, tem apenas interesses.


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