Anistia Nunca Mais - Assine o Manifesto



Manifesto Coletivo


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O Brasil criou seus impasses por meio do esquecimento. Como se não falar, não julgar, não elaborar, pudesse nos garantir alguma forma de paz. Foi assim em vários momentos de sua história, criando uma verdadeira compulsão de repetição. As violências coloniais nunca foram objeto de elaboração devida. Da mesma forma, as violências da ditadura militar foram caladas através de uma anistia que, longe de ter sido resultado de algum "acordo nacional", foi fruto de uma imposição dos próprios militares e da conveniência de seus aliados civis. Este é um país de silêncio. 


Só que agora está claro para quem quiser ver que esse silêncio nos custa caro. Ele custa nosso futuro. Pois um país que ignora a força histórica, da justiça e da reparação condena-se a estar sempre acorrentado ao seu próprio passado. Ele não pode nunca ver o passado passar, porque aqui não há luto, não há dolo, não há responsabilização.  


A partir do começo de 2023, o país ganhará tempo para se fortalecer diante dos embates que virão. A extrema direita brasileira, apoiada na ressurreição do fascismo nacional, demonstrou força enorme e, contrariamente ao pensamento mágico de alguns, não desaparecerá. Combatê-la passa por nomear seus crimes e exigir verdade e justiça. O país não aguenta mais um pacto extorquido e nem merece mais uma farsa dessa natureza. 


Os mesmos que não foram responsabilizados pelos crimes perpetrados pela ditadura militar voltaram para "gerir" o país em um de seus momentos mais dramáticos, a saber, diante da pandemia mundial que levou ao menos 700 mil pessoas entre nós. Esse número aterrador não foi uma fatalidade, mas sim fruto da negligência criminosa e da indiferença atroz. O que ocorreu entre nós foi um crime de Estado e deve ser tratado como tal. Por isso, chamamos todes à luta pela instalação de um Tribunal Popular que tem como função forçar o debate público e a ação do novo governo. 


Essa ação deve ser acompanhada de outra, tão urgente quanto necessária. Por isso, este chamado é também para juntarmos forças e exigirmos a desmilitarização imediata do Estado brasileiro. Isso significa tanto o afastamento dos militares das instâncias de decisão e administração do Estado quanto o afastamento de toda a cúpula do comando militar envolvida com o governo anterior. Que todos eles passem para a reserva. Nos últimos quatro anos, os militares chantagearam continuamente a sociedade brasileira, com ameaças de golpe e intervenções diretas nos processos políticos nacionais. Isso não pode passar impune. Em uma democracia, os militares não existem politicamente. Eles não falam, não agem e não intervêm sob circunstância alguma. Uma das maiores aberrações da Constituição de 1988 foi definir as forças armadas como "guardiãs da ordem". Em uma democracia real, quem defende a sociedade é a própria sociedade e não necessita de qualquer força exterior a si mesma para tanto. Está na hora de nos defendermos de nossos "defensores".


Convidamos a todes para essa dupla luta. Mostremos de forma clara o que não aceitamos mais e consolidemos uma força ofensiva que obrigue os que nos governam a terminar, de uma vez, com a espiral de silêncio que marcou até hoje nosso país.


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Arte pela Democracia

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GT Mulher da ASSUFRGS

Comissão Diocesana do Serviço da Caridade - Diocese de Santa Cruz do Sul

Grupo de Estudos e pesquisas em cultura, diversidade e educação

Aliança de Batistas do Brasil

Obirin Odara - Grupo de Estudos e Danças Afro-diaspóricas.

Coletivo de Mulheres da Educação

Cia Mão Dupla Teatro de Bonecos

Pastoral Carcerária

MMC/MS - Movimento de Mulheres de Camponesas do Mato Grosso do Sul

Fraternidade Santa Dulce dos Pobres

ABRAT - Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas

Apufsc-sindical

Coletivo Butantã na Luta (CBL) e PSOL

Coordenador da Apeoesp/SBC

Ponto de Cultura Fuá de Quintal

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APROFFIB - Associação de Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Brasil

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Associação Brasileira de Estudos do Trabalho

Movimento das Fábricas Ocupadas

Centro de Cultura Social

Casa da Várzea

Instituto Gerar de Psicanálise

Diversitas

Brigada Longa Marcha

SINPRO Guarulhos - Sindicato dos Professores e Professoras de Guarulhos

Comissão Camponesa da Verdade

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ANPUR - Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional

SINTET-UFU - Sindicato dos Trabalhadores Técnicos-Administrativos em Instituições Federais de Ensino Superior de Uberlândia 

MUCB - Mulheres Unidas com o Brasil

SINTUSP - Sindicato dos Trabalhadores da USP 

Latesfip/USP - Laboratório de Pesquisas em Teoria Social, Filosofia e Psicanálise

Sinasefe-SP - Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica

Seção SP do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério Público da União

ASEMPT - Associação dos Servidores dos Ministérios Públicos do Trabalho e Militar

Pompéia Sem Medo

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil

Educação Científica Decolonial

Coletivo Educação Científica Decolonial

Ecoar - Juventude Ecossocialista

Coletivo 308

Consulta Popular

LATO - Laboratório Alagoano de Teatro do Oprimido

Coletivo Socialista e Revolucionário

Casa Laudelina de Campos Mello - Organização da Mulher Negra

Grupo Xingó

Instituto Astrojildo Pereira

Coletivo Unidades Nas Lutas/Conexão Periférica

Coletivo Triângulo da vida

CEDENPA - Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará 

Clínica Pública de Psicanálise Rua do Rio

Cades Pinheiros

Centro Palmares de Estudos e Assessoria por Direitos


Apoiadores:

Adriano Diogo, Ex-deputado, PT-SP

Carla Rodrigues, Laboratório Filosofias do Tempo do Agora (Lafita/UFRJ)

Marcelo Ridenti, Professor da Unicamp

Christian Dunker, Psicanalista e Professor da USP

Paulo Betti, Ator

Antonio Grassi, Ator

Conrado Hübner, Jurista e Professor da USP

Octavio de Barros, Economista

Vladimir Safatle, Professor da USP

Dorrit Harazim, Jornalista e documentarista

Eliana Alves Cruz, Escritora

Vera Iaconelli, Psicanalista

Antonio Carrasqueira, Professor da USP

Fernanda Melchionna, Deputada Federal, PSOL-RS

Edson Teles, Professor da Unifesp

Leda Paulani, Economista e Professora da USP

Lilian Quintão, Instituto Sedes Sapientiae

Florencia Ferrari, Ubu Editora

Julian Fuks, Escritor

Breno Altman, Jornalista

Eliane Potiguara, GRUMIN

Michael Löwy, Pesquisador em Sociologia, CNRS, Paris, França.

Isabel Loureiro, Professora da Unesp

Ricardo Antunes, Professor da Unicamp

Debora Dubois, Diretora de teatro

Laymert Garcia dos Santos, Professor da Unicamp

Luiz Marques, Professor da Unicamp

Patricia Gama, Deputa Estadual, PSDB-SP

Tuca Munhoz, Cadeirante - Ativista direitos humanos - REDE-SP

Fernando Limberger, Artista Plástico

Iris Kantor, Professora da USP

Ari Meneghini, Publicitário

Débora Dubois, Diretora Teatral

Fabio Durão, Professor Unicamp

Fernanda Scalzo, Autora, roteirista e jornalista

Lia Zatz, Escritora

Romi Márcia Bencke , Pastora Luterana

Milly Lacombe, Jornalista

Fernanda Azevedo, Atriz

Fernando Kinas, Dramaturgo

Karen Worcman, Historiadora e Presidenta do Museu da Pessoa

Giles Eduar, Escritor

Maria Eduar, Consultora

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