O MST NA LUTA CIVILIZATÓRIA NO PAÍS

Marcelo Guimarães Lima

 

 

 


Os dois memes acima, mensagens gráficas combinando palavra e imagem, juntos dizem, com a concisão das imagens- síntese, o que é necessário dizer sobre a situação atual do país.

De um lado, um típico representante da classe dominante brasileira, associado ao grupo da extrema direita no poder hoje e, por consequência, representante da barbárie oficializada.

Do outro, os que lutam pela sobrevivência própria e a sobrevivência de elementos básicos da laboriosa e hoje ameaçada construção civilizatória no Brasil.

De um lado, a autoridade pública destruindo escola, pisoteando o direito das camadas populares. De outro, a organização solidária dos trabalhadores rurais na defesa de vidas e na defesa dos direitos, não apenas dos diretamente envolvidos na disputa por terras improdutivas ou abandonadas, mas na defesa dos direitos de todos nós enquanto cidadãos de um país onde a cidadania democrática é ainda um projeto sabotado continuamente pelos donos do poder, é meta consciente para muitos, é esperança teimosa e necessária para tantos frente à realidade de estruturas sociais regressivas e uma institucionalidade profundamente excludente, antipopular, antidemocrática e antinacional.

 Neste contexto, face à violência material e simbólica da ofensiva neoliberal-neofascista no país com o golpe de 2016, é importante ter consciência de de que não existem lutas apenas “setoriais” quando se trata não de simples “defesa” de direitos públicos, que seria desnecessária se o estado cumprisse minimamente seu papel legal, mas da consolidação e expansão (uma implica a outra) dos direitos da maioria.

Quem é o sr Zema, governador do estado de Minas Gerais , que ordena a violência contra gente desarmada, contra trabalhadores rurais, idosos, mulheres, crianças? Quem são estes valentes comandantes policiais e militares que executam ordens de usar armas e equipamentos de guerra contra uma população sem defesas? Quem são estes juízes, advogados e promotores que garantem a “legalidade” de tais atos de violência? Quem são estes soldados que exercem sua valentia contra trabalhadores, idosos, mulheres, crianças?

Soldados são, na sua maioria, originários dos meios populares que eles são ordenados a atacar impiedosamente. O sr Zema é um comerciante de profissão, com reduzida experiência na política, vindo de uma família de comerciantes e que chegou ao cargo de governador por identificação ao bolsonarismo. Juízes, advogados, políticos, jornalistas conservadores e demais oportunistas, são beneficiários, maiores e menores, direta ou indiretamente, do apartheid social ou social-racial brasileiro e portanto trabalham com energia para perpetuá-lo.

  Neste contexto, a luta das organizações populares e das organizações dos trabalhadores no Brasil como o MST, em todas as suas manifestações e instâncias, do cotidiano ao institucional, é imediatamente combate aos golpistas e seus amos e financiadores, combate aos monopólios, aos usurpadores da coisa pública, combate aos acaparadores das instituições, aos parasitas privados que devoram a riqueza pública fruto do trabalho da maioria, combate contra os esbirros, lacaios e servidores vários da tirania de classe, arautos da miséria do povo e promotores do aviltamento da nação.

 A luta do MST, como no exemplo do Quilombo Campo Grande hoje, é nossa luta : contra o neoliberalismo, o neo fascismo, a regressão neocolonial. É luta dos brasileiros por sua autonomia como povo capaz de construir livremente seu próprio destino e que saberá fazê-lo mais cedo do que imaginam ou pensam ignorar os inimigos do povo.

 

 

 

 

 

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