O ¨INCÊNDIO DO REICHSTAG" DE BOLSONARO?

 





"O Incêndio do Reichstag (em alemão: Reichstagsbrand) foi um incêndio criminoso que atingiu o Palácio do Reichstag, a sede do Parlamento alemão em Berlim, numa segunda-feira, 27 de fevereiro de 1933, precisamente quatro semanas após Adolf Hitler ascender a posição de Chanceler da Alemanha.[1] Este incidente é considerado o ponto crucial na transformação da República Weimar na Alemanha Nazista." WIKIPEDIA

 O incêndio do Reichstag foi o pretexto para a violenta repressão que consolidou a ditadura nazista na Alemanha. O militante de extrema-esquerda Marinus van der Lubbe foi acusado, condenado e guilhotinado pelo crime em 1934. Sua culpa ainda hoje é motivo de controvérsia. O militante radical, segundo alguns, mentalmente instável, teria sido manipulado pelos nazistas no episódio que deu a Adolf Hitler o pretexto e a ocasião para impor seu poder exclusivo sobre a vida política da Alemanha e lançar uma feroz repressão contra os partidos de esquerda, o movimento operário, os sindicatos e os trabalhadores. Neste sentido, o incêndio criminoso teria sido arquitetado e efetivado pela extrema-direita, beneficiária maior do episódio, sob uma "false flag", isto é, sendo falsamente atribuído à esquerda radical.

 O termo inglês "false flag" (falsa bandeira) designa ações (de impacto, ações criminosas) realizadas por determinados grupos políticos, facções armadas, grupos militares em nome de seus adversários para responsabilizá-los perante a opinião pública. É uma conhecida técnica de provocação no repertório da extrema-direita.

Jair Bolsonaro, suspeito de iniciativas golpistas para barrar a posse de Lula e a transmissão democrática do poder nas eleições de 2022, convoca seus apoiadores para uma "manifestação pacífica" na avenida Paulista no dia 25 de fevereiro, manifestação a favor de...Jair Bolsonaro. O capitão reformado se declara injustiçado e perseguido, mesmo face às inúmeras evidências, até aqui divulgadas pelas investigações, do seu papel em uma ampla articulação por um golpe de estado secundado por autoridades militares, políticos, empresários e servidores públicos, entre outros.

Tanto amor súbito pela democracia e pela justiça não esconde o fato de que a iniciativa de Bolsonaro é propriamente, como de hábito para quem pautou sua vida política como um provocador de botequim no parlamento, mais uma provocação e, no contexto, uma grave provocação.

 Digamos que haja uma grande manifestação pacífica em seu favor no dia 25 de fevereiro com discursos contra a injustiça e a favor do tão falado, e por vezes enigmático, “estado democrático de direito”. Ao término da qual, todos irão tranquilamente para suas casas e seus afazeres de todos os dias. Seria, penso eu, uma espécie de anticlímax político. E qual o resultado, qual o lucro de tanto esforço e palavrório? Uma foto na parede da memória? Céticos permanecerão céticos, e a justiça deverá seguir seu curso.

 Bolsonaro ir chorar em praça pública sua inocência para seus próprios seguidores como uma espécie de psicodrama coletivo, não me parece, salvo engano, fazer muito sentido. Por outro lado, uma grande confusão e violência nas ruas, se possível com um ou dois mortos, poderia transformar a “manifestação” em crise nacional, daquelas que começam de um jeito e terminam de outro jeito.

 Apostar na violência das ruas como estratégia de poder é conhecido método fascista desde Mussolini, ou mesmo, desde Átila, o Huno. Certamente não quero aqui imputar a quem quer que seja propósitos não democráticos, ilegais, desordeiros, ações do tipo “false flag¨, etc. Mas o reino animal nos ensina que quem convive comumente com lobos, ou carnívoros do mesmo tipo, corre sempre o risco de terminar devorado.

 

 

 

 


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